Kazuhiro Sakagushi , A Escola Japonesa de Othello

Kazuhiro lecionando no Ensino Fundamental - Japão




Olá pessoal , hoje eu venho aqui até vocês para falar um pouco de um grande entusiasta do Othello , sem dúvidas um dos maiores dos últimos tempos , e o nome dele é Kazuhiro Sakagushi e sem nem precisar falar já que o seu próprio nome o denúncia , ele é japonês . Kazuhiro é pai de quatro crianças e eu digo isso porque ele às cria aparentemente sozinho e ainda assim tem tempo para realizar todo o trabalho que vem promovendo pelo Japão do qual me decorrerei logo a seguir. Antes de falar mais sobre sua obra fora dos bastidores das grandes competições , quero falar aqui um pouco da sua carreira como jogador que diga-se de passagem é muito bem sucedida . Kazuhiro já foi três vezes campeão japonês ( 1992 ; 2000 e 2001 ) , duas vezes campeão do Meijin que nem preciso relembrar que é o segundo maior campeonato do mundo , só fica atrás do campeonato mundial em importância , ele venceu nos anos de ( 1995 e também em 2000 ) e sua melhor colocação no Ouza-Sem foi o sexto lugar ( 6º ) . Ele também pode ser visto nos vídeos e fotos do mundial de Othello de 2006 no Japão ( The Garden Mito Othello ) , onde ele em um quadro magnético de Othello em uma sala projetava as partidas das finais desse mundial muito provavelmente ensinando algumas coisas para os grandes jogadores que por ventura foram eliminados no decorrer da competição .

Torneio entre os pequenos , na observação do mestre



Concentração no Torneio




(...) Várias crianças em uma sala , todas olhando atentamente para um quadro na parede , logo essa imagem suscita na gente algo de nossas infâncias vividas em um lugar chamado escola , mas isso do qual digo agora não é bem isso apesar de ser , pois mesmo que seja mesmo uma escola a aula da qual essas crianças estão assistindo não é uma aula de português ( no caso japonês ) ; matemática ; química ou física . Essa aula é uma aula de Othello , o que seria o ensino de Othello para o ensino fundamental no Japão .

Jogando contra vários jogadores ao mesmo tempo




Onde você consegue ver vantagem muito provavelmente são as peças dele .



Ainda jogando contra vários jogadores



Pois bem , é isso que o senhor Kazuhiro está promovendo no Japão , ensino do jogo Othello para crianças , e pelo que vi ele foi o primeiro a fazer isso de maneira a alcançar tanto reconhecimento e apoio . Esse simpático senhor ainda realiza eventos pelo Japão em clubes ou em casa de jogos onde ele joga simultaneamente contra vários adversários iniciantes que em sua maioria são iniciantes ( Geralmente os vencendo ) , onde com isso ele ao mesmo tempo que ensina , causa deslumbre em quem assiste as partidas .


Se divertindo com a garotada



Ensinando algo as criança




Livro de Kazuhiro , A Estética do Othello




Kazuhiro ainda publicou dois livros para quem desejar se aprofundar nas estratégias do Othello onde o segundo livro é apenas uma reedição do primeiro livro como bem me alertou Andriani Bintsa nos meus comentários , o nome do livro é “ A estética do Othello “ , eu não vi o livro ainda , mas por ser escrito por um mestre com certeza há algo a se aprender ali , na página da The Othello Wiki Book Project que administrada pelo próprio Andriani Bintsa existem três fotos desses supostos livro onde a primeira e a terceira foto são apenas frente e verso de um livro só , no caso provavelmente o primeiro livro , a segunda foto já é da reedição . Mas também há algumas revistinhas que ele lança para quem quer ter alguma ideia sobre as nuances do jogo , pena que seja somente em japonês e só se encontre por lá mesmo , não há exemplares on-line .


Revista " Apostila " de Othello para o Ensino Fundamental , Kazuhiro Sakagushi



Bom , para quem não conhecia Kazuhiro está ai algumas coisas sobre esse grande jogador , e eu deixo um “ espaço em branco “ aqui para colocar mais informações sobre ele , conversarei com ele e tentarei precisar alguma informação que talvez não tenha ficado completa .

Deveríamos ter mais Kazuhiros pelo mundo promovendo o nosso jogo , e tendo mais gente para poder apoiar a sua ação , assim sendo poderíamos equivaler ao mesmo sucesso que o Xadrez tem pelo mundo .

Sem mais e até a próxima .

Abraços

Dois Pequenos Gênios

Olá pessoal , tudo bem com vocês ?

Hoje eu quero falar um pouco sobre esses dois garotos que até eu já publiquei um vídeo deles aqui no meu blog , que vêm surpreendendo o mundo do Othello mundial com suas performances e astúcias , eu estou falando de Arthur Juigner e Kelvin Yang ; o primeiro é um garotinho francês de apenas 9 anos de idade que surpreende com o seu talento virtuoso para o jogo , e o segundo é um adolescente honconguês que joga em um tabuleiro especial onde o mesmo identifica as peças e suas posições pelo simples tato , sim ele é cego .

Arthur Juigner , Mundial de Othello de 2011 , Nova Iorque - Estados Unidos



Kelvin Yang



Quando eu vi no mundial o Arthur , aquele garotinho baixinho com um olhar meigo logo eu pensei : Não ... Não pode ser ele o jogador que fez aquelas partidas que eu vi nas transcrições dos jogos do Campeonato Mundial de Othello , é incondizente com aquilo que eu estava vendo e associando com minha bagagem de experiências de vida , onde diz que uma criança na maioria das vezes não pode ter um raciocínio igual a de um adulto ( Eu sei dos autistas , dos asperges que é uma espécie de autismo mais leve e que inclusive tem um vizinho aqui perto de casa que tem um filho com essa síndrome e eu sei como que é , e todos os graus de crianças superdotadas ) , e o que o Arthur mostrava era outra coisa , um menino que jogava igual a um adulto , aqui mesmo nesse blog na seção Análise Tática eu mostro o desenvolvimento de um jogo seu contra uma jogadora tailandesa , e pode-se reparar o grau e perfeição de suas jogadas através dessa partida , é realmente de surpreender qualquer um , ainda mais para uma criança .


Arthur Juigner Jogando Contra Piyanat Aunchulee no Mundial de 2011



Arthur Juigner no Meijin 2012



Eu já suspeitava que Kelvin tinha algum problema com a visão , porém nunca me aprofundei muito no assunto até ter a certeza absoluta que ele era realmente cego , que foi quando eu vi aquele vídeo dele no mundial jogando e ganhando uma partida amistosa contra o próprio Arthur Juigner , foi sensacional aquele vídeo , com toda certeza um dos melhores que eu já postei neste blog . Ele lembra muito aqueles computadores de busca , não na perfeição da jogada , mas na análise minuciosa de todas as peças , passando as pontas dos dedos em cada uma e repassando para ter certeza e decorar a sequência aleatória , e depois que finalmente realiza a jogada ele vira as peças certinho , uma de cada vez e na ordem certa . Óbvio que o tabuleiro é especial , caso o contrário não seria possível o reconhecimento das peças ( Brancas e Pretas ) , mas também já o vi jogar em um daqueles que tem as peças compactadas no próprio tabuleiro , não sei se tem um daqueles em uma versão especial para pessoas com problemas de ordem visuais , ou se o adaptaram ou se por padrão geral os relevos de duas cores variam de uma textura X para a cor preta e uma Y para cor branca , ou pior ainda , na verdade ele decora a posição de todas as peças no tabuleiro e a ordem que ele as vira ( O que é pouco provável pelo fato dele ter sempre que examinar todas as peças com o tato antes de virá-las , se assim o fosse , ele não precisaria muito do tato ) . Bem , de qualquer forma é um menino com uma habilidade emocionante .

Kelvin Yang Jogando contra Galo Carrera Hurtado



Momento de Descontração , Kelvin Yang Jogando contra Matthias Berg



Inclusive esses dois molequinhos participaram junto a delegação estrangeira do Meijin 2012 , se eu não me engano essa foi a primeira vez que o Japão aceitou jogadores estrangeiros em sua maior competição Othelística , que só perde em prestígio para o Campeonato Mundial de Othello . Esse torneio teve a participação de 140 jogadores !!!!! Isso mesmo que você “ ouviu “ , 140 jogadores divididos em 2 grupos ( A e B ) disputando apenas 2 ascassas vagas para a final , onde que acabou ficando com essa vagas foram Kazuki Okamoto ( Campeão ) Junya Ito ( Vice-Campeão ) , ainda teve Hiroki Nakamori em terceiro lugar e Yuta Esaki em quarto lugar ( Que cá entre nós , ficar em quarto lugar em uma competição com 140 participantes onde a grande maioria são de jogadores japoneses especialistas já seria uma grande vitória para qualquer um , imagina então as posições maiores , ou o campeão então ... Rs )

Kelvin Yang , Le Kang ( Creio que irmão de Kenvin ) e Arthur Juigner , Mundial de 2011



Os dois jogando no Meijin 2012 , Japão




Tá , mas sem querer desviar muito do assunto , onde ficaram nossos pupilos nisso tudo ?

Tanto o Arthur quanto o Kelvin ficaram no Grupo B , que eu até poderia falar que era um grupo relativamente mais leve , mas depois que eu vi que nesse mesmo grupo estavam jogadores tais como Tamaki Miyaoka ( Vice-Campeão Mundial de 2008 ) Masahiro Goto ( Campeão Japonês de 1998 ) Makoto Suekuni ( Campeão Mundial de 1997 ) e o próprio Kazuki Okamoto que ganhou essa própria competição e sem contar os seus inúmeros títulos de sua jovem vida ; só para saber mais : ( Campeonato Japonês de 2011 , Ouza – Sen em 2009 , Campeonato Japonês Junior em 2006 e O Campeonato Mundial de Times em 2009 com o Japão ) então depois disso eu mudei de ideia . E nesse grupo dificílimo Arthur Juigner ficou em 28º lugar e Kelvin Yang em 47º lugar , esse grupo tinha 70 jogadores , realmente foram muito bem . =]

E isso tudo para Arthur que já tem o título Junior de Othello 2010 e 2011 na França , e Kelvin que pretende aperfeiçoar a sua técnica , serve de aprendizado . Pois é sempre bom jogar com japoneses , eles costumam não seguir muitos paradigmas no jogo e são em geral surpreendentes , o que acabara somando a capacidade de surpreender que Arthur Juigner e Kelvin Yang tem nos proporcionados .

Até Mais .

Paridade ( Othello ) , Mitos e Verdades

Olá Pessoal , hoje vou falar aqui de algo que eu já falei em outras postagens minhas ; Paridade . Eis o calcanhar de Aquiles de vários jogadores , ou por não conhecer o termo , ou por não o conhecer direito , ou por conhecer o termo mas não saber usá-lo .
Então nesse post eu vou fazer uma análise simples do que é a paridade e geralmente como e para que ela aparece , e também aproveitando para elucidar que ela nada tem a ver com outra estratégia muito famosa entre os jogadores de Othello ; a Teoria do Número Par .

Bom , o que é a Paridade ?

Pelas minhas definições e interpretações do livro do Brian Rose ( A Minute to Learn ... A Lifetime to Master ) e da “ The Othello Wiki Book Project “ , é a capacidade de passar a vez de maneira proposital para que o adversário seja obrigado a jogar duas vezes seguida ou mais em uma mesma região perdendo o último movimento ali . Explico , por que duas vezes ou mais na mesma região ? Por que é dessa forma que ele quebra a sequência que o levaria fatalmente a derrota ou a ganhar com menos vantagem .


Em qual momento do jogo é mais usado a Paridade ?


Geralmente é mais usada para se definir a partida ; porém nada impede de ser usada em qualquer momento do jogo para obter vantagens que se mostraram mais claramente no final da partida , e outro fator muito importante é que quem joga com as peças brancas ( Na norma oficial do jogo ) , tem a vantagem da Paridade de início , pois o tabuleiro tem 64 casas , sendo que 4 já são ocupadas de início sobrando 60 casas ainda disponíveis , 60 é um número par e quem começa a jogar em uma região de número par a não ser que seja quebrada a sequência , não termina fazendo a última jogada , e quem começa a partida é sempre quem está com a peça preta no norma oficial do jogo ; aliás essa é a única similaridade que há entre a estratégia da Teoria do Número Par e a Paridade , pois a capacidade de saber usar bem a Paridade consiste em saber usar também os fundamentos da Teoria do Número Par . Então sendo assim quem começa jogando com as peças pretas teria a “ obrigação “ durante o jogo de quebrar essa sequência , pois é esse jogador que irá começar a partida na enorme região par ( 60 ) , por estar com as peças pretas . Mas isso por si só não é garantia de vitória e tão pouco é a melhor estratégia a se aplicar naquele jogo específico , as vezes você jogando com as peças pretas não quebra sequência alguma e ainda ganha no final , já as vezes você quebra e perde no final .



Como se constrói uma Paridade ?

Essa é uma coisa que não se consegue fazer e aprender da noite para o dia , requer muito treinamento e observação , eu mesmo a uso em raros momentos por sempre achar uma maneira mais simples de se ganhar do adversário , mas há jogadores que têm mais facilidade para executar tais jogadas . Mas nas transcrições e gráficos a seguir eu mostro algumas que eu construí enquanto jogava distraído aqui no computador , era um treino jogando sozinho .


Eu vou só decorrer sobre a Paridade de execução , ou seja ; as Paridades feita no final da partida .



Mas antes Alguns Mitos :


A Paridade é a estratégia mais avançada do Othello ?

Não , há estratégias mais avançadas que ela e bem mais complicadas de se executar , um dia ainda tentarei falar sobre elas aqui no blog .


Paridade é a mesma coisa que Teoria do Número Par ? Ou seja , é a habilidade de contar a sequência de jogadas ( Branco , Preto , Branco , Preto ) ?

Não , a Paridade por mais que requeira essa habilidade não é simplesmente isso , é isso e um pouco a mais .


A Paridade é a chave para se tornar um grande jogador , um jogador de elite mundial ?

Dominar a Paridade é um grande passo , mas não é o único que terá que realiza nessa jornada .




Paridade – 1 , Gráfico :

1




Vejam , a situação é a seguinte : É a vez da peça preta jogar , e por mais que se pense que o lugar certo a jogar é pegando o canto em A – 1 , temos que ver a seguinte sequência , mas antes temos que contar as casas vazias . Vamos lá , A – 1 ; B – 1 ; A – 8 e B – 7 ; totalizando 4 casas vazias no total , e lembrem-se : 4 é um número par e começar jogando em regiões pares não é uma boa coisa ( Teoria do Número Par ) , ou seja , como é a vez da peça preta jogar ou ela quebra essa sequência par ou não será ela que terminará os movimentos nessa região . Como ela vai fazer isso ? Simples , passando a vez propositalmente , e é ai que entra e começa a Paridade . Peça preta jogará em
B – 1 como veremos na próxima imagem .



2




Como dito acima , a peça preta joga em B – 1 , obrigando a peça branca a ter que jogar duas vezes na região par , revertendo para ela a desvantagem da perca do último movimento . Porém vejam lá em baixo em B – 7 , a peça branca poderia sim jogar lá agora forçando a peça preta a pegar o canto lá em baixo e não quebrar a sequência aleatória de movimentos ( Ou seja , não fazer o último movimento ) , porém esse movimento seria infeliz para as peças brancas que mesmo tendo vantagem na Paridade , perderia por maior diferença , é nessa que entra aquilo que eu falei sobre nem sempre uma vantagem sobre Paridade significa alguma coisa e tão pouco trás a vitória .


3



Então a peça branca pega o canto em A – 1 , mas agora reparem ; é a vez dela de novo e só tem a opção B – 7 par jogar , fazendo aquilo que eu tinha dito , jogando duas vezes seguidas em uma região par é revertida a sequência aleatória e agora quem está contra a dança da Paridade é ela mesma .


4



Ela joga em B – 7 , e pronto , é a vez da peça preta jogar e terminar com a última jogada em uma região par que até acontecer todo esse processo era desfavorável a ele .

5



O último movimento é realizado pela peça preta em A – 8 , finalizando a partida por 37 a 27 .



Paridade – 1 Modo Incorreto :

1



Temos aqui nessa primeira imagem a mesma situação da sequência acima , porém aqui ao invés de fazer algum esforço para tentar quebrar a sequência aleatória em uma região Par , a peça preta vai apenas jogar tentando pegar as peças sem fazer nenhum tipo de planejamento . Na próxima imagem ele irá pegar o canto em A – 1 .


2



Como dito antes , e peça preta pega o canto em A – 1 , não se preocupando por não fazer esforços para quebrar a sequência na região par que ele começou a jogar .

3



A peça branca como era óbvio joga em B – 1 , relegando a peça preta mais um movimento na mesma região par , mesmo que ele pegue toda a borda esquerda do jogo , ele não fará o último movimento do jogo , e ele só tem um movimento em A – 8 .


4



A peça preta joga em A – 8 , e pronto , agora é só esperar o último movimento da peça branca em B – 7 e saber qual o resultado do jogo .

5



A peça branca faz o último movimento do jogo em B – 7 , terminando a partida com uma derrota por 36 a 28 , com apenas 1 peça a mais pelo erro da peça preta . Mas vejam pessoal , esse não é um exemplo radical , no caso aqui não deu muita diferença assim entre os resultados finais , 37 a 27 a peça preta quebrando a sequência par ( Correto ) , e 36 a 28 com a peça preta não quebrando a sequência par ( Incorreto ) , porém é aquilo que eu digo , nem sempre a Paridade é sinal de uma vitória fácil e ampla ou muito melhor que uma vitória sem o uso dela e nem sempre ela da a vitória a alguém . O importante é você fazer uso de quase todos os tipos de estratégia possíveis para fazer um bom resultado final .

Por enquanto esse foi o primeiro exemplo .


Transcrição da primeira partida , Paridade - 1


1. f5 2. f4
3. f3 4. d6
5. c5 6. g4
7. d3 8. f6
9. g3 10. f2
11. h4 12. h5
13. h6 14. c4
15. e2 16. h2
17. h3 18. h7
19. e1 20. e6
21. c3 22. d2
23. e3 24. d1
25. c1 26. f1
27. g1 28. c2
29. b3 30. a3
31. e7 32. e8
33. b4 34. b2
35. a4 36. a5
37. g6 38. g5
39. c6 40. b5
41. f7 42. c7
43. d8 44. c8
45. d7 46. f8
47. a6 48. a7
49. b6 50. g7
51. h8 52. g8
53. b8 54. a2
55. h1 56. g2
57. b1 58. a1
59. -- 60. b7
61. a8



Paridade – 2 , Gráfico :


1



Bom , neste outro exemplo temos novamente a situação incomoda para a peça preta , porque temos uma região par , e sabemos que quem começa a jogar em uma região par caso não quebre a seqüência ( Paridade ) , não terminará de jogar naquela região , e consequentemente não pegará as últimas peças naquela área . A região par em questão é formada por 4 casas vazias no lado esquerdo sul do tabuleiro , são elas : A – 7 ; A – 8 ; B – 7 e B – 8 , e a principio parece que não tem muito o que fazer para a peça preta poder quebrar essa seqüência , não parece ... Mas tem ; e veremos isso na próxima imagem logo abaixo .


2



A peça preta joga em A – 7 , excelente movimento , uma vez que com esse movimento ele força automaticamente a peça branca jogar duas vezes seguidas em uma determinada região , o que no caso dessa região par , quebrando a sequência . Mas então me perguntarão : “ Ah , mas agora a peça branca poderia jogar em B – 7 ou em B – 8 e forçar novamente a peça preta a jogar , e com isso não quebrando a sequência e se mantendo com o último movimento ; certo , há só um pequeno problema com esse argumento . E o problema é se que a peça branca fazer isso ela de fato mantém o seu último movimento na região , porém perde a partida . Então uma boa jogada de Paridade pensa em tudo isso e avalia essas situações , porque criou-se um mito em cima da Paridade e eu sinceramente não sei onde e quem foi , onde toda perfeita partida de um grande mestre do jogo é atribuída a sua facilidade em executar a Paridade ; gente , nem sempre .


3



A peça branca faz o movimento certo , e pega o canto jogando em A – 8 , mas agora o que poderia ser a vez da peça preta jogar , ela propositalmente passa , relegando o penúltimo movimento ao seu adversário que ainda tem que tomar cuidado ao fazer a escolha , pois uma escolha errada ainda acarretará em uma derrota . Veremos qual é o melhor lugar na próxima imagem .


4



A peça branca sabiamente joga em B – 8 , perdendo a oportunidade ( E isso independente de onde ele fosse jogar antes desse último movimento ) de fazer o seu último movimento na região liquidando as últimas peças .


5




Agora a peça preta realiza o seu último movimento na região pegando mais peças e fugindo da derrota no caso conseguiu um empate , mas nesse jogo tão desfavorável no final a ela , um empate está de bom tamanho , 32 a 32 .


Paridade – 2 , Modo Incorreto :


1



Bom , estamos na mesmíssima situação do gráfico acima , porém com uma pequena diferença ; dessa vez vamos esquecer a Paridade e jogar igual um jogador incauto qualquer que não saiba o que isso tudo significa e apenas jogar esperando algum erro do adversário , sem criar nenhuma adversidade a ele . Até nessa imagem tudo bem , mas logo abaixo vocês verão um movimento da peça preta errado , ela joga em B – 7 .


2



A peça preta como dito antes joga em B – 7 , fornecendo duas opções a peça branca que poderá escolher sem maiores dificuldades , se os movimentos tanto da peça branca e preta forem perfeitos a partir daí poderemos ter dois placares diferentes , porém ambos com a vitória da peça branca , um por 34 a 30 e o outro por 35 a 29 . Se o jogador for um pouco mais experiente ele tenderá a escolher a opção de movimento A – 7 que é mesmo a correta e levará ao placar da opção 2 ou a um placar ainda maior ; se o jogador for mais avançado ainda e souber contar o jogo sem muitas dificuldades , ai sim que ele terá a certeza do movimento certo em A – 7 , mas enfim , a essa altura falar sobe isso é redundante , pois o erro da peça preta já foi cometido .

3



Nessa imagem vemos a jogada certa da peça branca , ela joga em A – 7 e espera a peça preta se decidir onde jogar , será um placar maior ou menor , mas ambos com a vitória a peça branca , pois a mesma ainda terá o último movimento , pois não foi quebrada a sequência com nenhuma Paridade nesse exemplo da peça preta .

4




A peça preta joga em B – 8 , pegando todas as peças na vertical , o que diminuiu o nível da sua derrota , mas mesmo assim foi derrotada .

5



A peça branca joga em A – 8 e liquida a fatura sem resistência alguma da peça preta , que se tivesse feito da Paridade teria ao menos conseguido um empate . Nesse caso a Paridade era a unia maneira da peça preta empatar ou até mesmo ganhar essa partida , não havia mais nenhuma outra estratégia viável a essa altura do jogo , e essa é uma das razões que eu digo que a Paridade é geralmente finalizada no final do jogo nos finais de partida .


Transcrição da segunda partida , Paridade - 2


1. c4 2. e3
3. f6 4. e6
5. f5 6. c5
7. c3 8. c6
9. d3 10. d2
11. e2 12. b3
13. b4 14. c2
15. d7 16. a3
17. d6 18. f1
19. b6 20. c7
21. b5 22. a6
23. a4 24. a5
25. d1 26. f2
27. c1 28. e1
29. g1 30. f4
31. g3 32. d8
33. g4 34. f7
35. f3 36. g6
37. f8 38. g5
39. e7 40. e8
41. c8 42. g7
43. h8 44. g8
45. h7 46. h6
47. h5 48. g2
49. h1 50. h2
51. h3 52. h4
53. b2 54. a1
55. b1 56. a2
57. a7 58. a8
59. -- 60. b8
61. b7

Pronto pessoal , eu não tenho exemplos melhores aqui disponíveis agora , espero que esses tenham ajudado a elucidar um pouco mais o tema para vocês , peço que treinem um pouco esse fundamento que com o tempo entenderam como ele se aplica .

Sem mais , até mais